9. Amigo, nome e apelido

 Eu mesma não entendia porque tanto desejo de ser
independente! Hoje, eu sei qual o seu segredo. Mas isso é
outra história. Não vou falar dele agora, para não me confundir.
Na hora certa, eu conto. Quando falar de tudo que foi
acontecendo, os fatos virão por si mesmo. O que quero dizer
agora é que Marcelo tinha o hábito de ver tudo através do
seu próprio ponto de vista. Para ele, era lógico que o Nel
fugisse para morar sozinho. Mas era exatamente o oposto.

- O Nel sempre foi superligado na mãe - comentei.
- Nunca disse que queria sair de casa.

Que fazer? Eu andava cada vez mais nervosa. Nem
conseguia prestar atenção nas aulas. Marcelo propôs:

- Hoje, depois das aulas, vamos até a casa dele.
Vamos e pronto!

De repente, tudo estava claro. Era a melhor solução!
Exatamente o que eu deveria ter feito desde que ele saiu 
do hospital. Batido na porta. Tive uma sensação de alívio.
Finalmente, ia descobrir tudo!
Não era tão longe da escola. Pegamos um ônibus e
fomos conversando. Na verdade, o Marcelo era um sujeito
isolado. Assim como não era muito meu amigo, também
não era do Nel. Percebi que estava sendo simplesmente...
legal! Indo junto para não me deixar sozinha nessa história.
Senti até um calorzinho no peito. Fomos conversando. Quando
chegamos à casa do Nel, estava tranquila. Devia ser tudo
uma bobagem. Talvez até exagero da minha parte.
Não estava nem um pouco preparada para o que ia
enfrentar.

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