Quando a tristeza chega, não acho que a gente deva
fugir dela. Contar piadas para disfarçar. Tentar esquecer.
Eu aprendi a viver a tristeza como se vive a alegria.
Enfrentar as dificuldades têm uma beleza que nem dá pra
explicar com simples palavras. Deixar o sentimento brotar
como água da fonte. Chorar e aceitar que nem tudo na
vida é como se quer, traz um alívio. Um sentimento de
realização que é um tipo de felicidade. Por isso quero falar
de Nel, de Nelson. Neo. New. Neo. Eu brincava tanto com
seu nome, e escrevia de tantas maneiras!
É assim que vou começar. Falando dele. Contando o
quanto foi importante na minha vida.
Tudo começou de forma tão casula! Até hoje me
espanto quando lembro a maneira como as coisas foram
acontecendo, uma depois da outra. Na escola, estávamos na mesma
turma. Gostava de fazer trabalhos em grupo com ele. Tinha
quem dissesse que éramos namorados. Nunca fomos,
realmente. Nem sei se eu sonhava com isso. Nossa amizade foi
nascendo sem compromisso. Era o tipo de amizade que às
vezes acontece entre uma garota e um rapaz. Conversávamos
sobre tudo, como dois amigos. Não nos víamos todos os
dias porque Nel morava um pouco longe do meu prédio.